sábado, 7 de dezembro de 2013

Sobre o Natal e suas origens


Alguns dados históricos sobre a origem da festa do Natal
 
A data em que hoje se celebra o Natal no Ocidente, surge da decisão de substituir a festa pagã do Natalis Solis Invicti com a do nascimento do "Sol da Justiça", em Roma no século IV.
 
Não se sabe em que data nasceu Cristo. Nem nos Evangelhos nem no resto do Novo Testamento é dada a data do nascimento de Jesus. Os Padres Apostólicos também não tratam deste tema.
 
A especulação cristã referente à natividade de Jesus data do século III. Em princípios deste século, Clemente de Alexandria menciona que uns opinavam que foi a 20 de maio, e outros que foi a 19 ou 20 de abril.
 
A menção mais antiga da celebração do Natal no dia 25 de dezembro aparece em 336, onde segundo o calendário filocaliano (romano): natus Christus in Betleem Judeae. Este calendário, reflete a prática romana, provavelmente imposta para opor-se à celebração do festival pagão do Sol Invicto (Natalis Solis Invicti).
 
Em finais do mesmo século, a festa aparece como estabelecida, segundo as chamadas Constituições Apostólicas:
 
Irmãos, observai os dias de festivais. Em primeiro lugar, está o nascimento que celebrareis em 25 do nono mês [25 de dezembro].
 
Em outras tradições, a natividade de Cristo era recordada noutros dias. No Oriente, o Natal ligou-se com a data de 6 de Janeiro a partir da segunda metade do século IV.
 
As controvérsias acerca da encarnação de Cristo entre os séculos IV e VI provavelmente contribuíram para estabelecer a importância da festividade natalícia.
 
Apesar da festa do nascimento de Jesus ter substituído a do Sol Invicto, na sua forma popular a celebração nunca perdeu certos matizes pagãos.
 
Algumas observações sobre esta festa
 
Guardar um dia para celebrar com alegria o nascimento de Cristo é uma coisa boa, mas devemos recordar que não se trata de uma ordem bíblica.
 
Em nenhuma parte das Escrituras é ordenado aos cristãos celebrar o nascimento do Senhor. A única celebração instituída por Jesus é a Eucaristia, que está expressamente vinculada com a morte e a ressurreição do Senhor.
 
A evidência disponível indica que a celebração do nascimento de Cristo não foi um costume da Igreja primitiva, cuja única festa anual de importância era a Páscoa da Ressurreição. Ao que parece a celebração do nascimento de Jesus surgiu no século IV.
 
Estamos, pois, perante uma celebração tradicional, que embora não se oponha à Escritura, também não está prescrita nela. Portanto, os cristãos que celebram o Natal devem respeitar a opinião daqueles que não o celebram, e os que não o celebram devem respeitar aqueles que o celebram com devoção e santidade.
 
Como diz o apóstolo Paulo: “Um faz diferença entre dia e dia, mas outro julga iguais todos os dias. Cada um esteja inteiramente seguro em sua própria mente. Aquele que faz caso do dia, para o Senhor o faz e o que não faz caso do dia para o Senhor o não faz.” (Rom 14:5-6).

2 comentários:

  1. Muito bom seu texto. Parece que Hipólito de Roma foi o primeiro a identificar 25 de dezembro como o nascimento de Cristo, em seu "Comentário a Daniel".

    Esse artigo aqui explica mais sobre a tradição reformada do Natal: http://resistireconstruir.wordpress.com/2012/12/02/e-pecado-comemorar-o-natal/

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  2. Obrigado pela parte que me toca :)

    Quanto a Hipólito de Roma ter sido o primeiro a identificar o 25 de dezembro, isso seria verdade se esse trecho dele, no comentário a Daniel, fosse totalmente autêntico, só que não é, porque contém palavras espúrias.

    As palavras entre colchetes são atualmente consideradas espúrias:

    "Pois a primeira vinda de Nosso Senhor na carne [que Ele foi gerado], em Belém, aconteceu [em 25 de Dezembro, o quarto dia] no reinado de Augusto [o quadragésimo segundo ano, e] no ano 5500 [de Adão]. E Ele sofreu em seu trigésimo terceiro ano [25 de Março, sexta-feira, no oitavo ano de Tibério César, durante o consulado de Rufus e Rubellio]"

    Segundo a Catholic Encyclopedia:

    1) Os nomes dos cônsules estão errados (deveriam ser Fufius e Rubellius),
    2) Segundo este texto Cristo vive trinta e três anos, ao passo que no Hipólito genuíno vive trinta e um.
    3) É muito pouco provável que Hipólito possuísse estas informações quando os seus contemporâneos (Clemente, Tertuliano, etc) não as possuíam, quando necessitaram delas.

    Por isso, assume-se que estas palavras foram interpoladas.

    Em http://www.newadvent.org/cathen/03724b.htm

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